Lyn


"(...) lembrando de algumas noites atrás e de todas as violências contra a alma a que fui submetida tantas vezes... queria mais violência, violência até não poder mais. Me acostumei, talvez não consiga mais passar sem isso; seria estranho se um dia a doçura e a ternura batessem na minha porta e me pedissem para entrar. A violência me mata, me estraga, me suja e se nutre de mim, mas com e por ela sobrevivo."

É, Melissa me entenderia, pensava eu, enquanto guardava o "Cem Escovadas Antes de Ir Para a Cama", depois da minha leitura diária de algum trecho. Minha bíblia, às vezes digo. Me enfiei no chuveiro para tomar um banho rápido. Fui me enxugando pelo quarto, molhando tudo pelo caminho, como de costume. Coloquei uma roupa e saí.

No bar, bebendo uma cerveja e fumando Gudang, já tinha feito minha escolha: uma mulher de todo o charme latino caliente, curvas definidas, pernas excepcionais.Jogava sinuca, sorria descontraída, volta e meia lançava um olhar pra mim. Apaguei meu cigarro e fui até lá. Ela terminou o jogo, pegou um smirnoff e me olhou. Eu apontei pra uma mesa de sinuca vaga.
Proponho um desafio. Se você vencer, eu vou embora e te dou a chance de optar se me quer ou não. Se eu vencer, há... aí você é minha por essa noite. Fechado?
Só por essa noite?
ela me devolveu faceira. Só por essa noite. Respondi com aquele meu sorriso enviesado e a sobrancelha erguida. Feito.

A partida foi acirrada e eu acabei perdendo, mas ainda tinha a esperança de que ela entrasse no jogo e me procurasse. Encostei o taco na mesa, acendi outro Gudang, olhei pra ela e saí firme mas convidativa. Esperei pouco lá fora, ela logo respirou no meu pescoço e num segundo estávamos na minha moto indo pra um motel, ela com o corpo moreno feito pro pecado colado no meu.

Sexo violento, amarras, vendas,tapas, orgasmos, dildo, arranhões, lábios e lábios. Ela segurava uma vela vermelha acesa, a cera caía quase ritimadamente e ela fazia uma trilha na minha costa nua. Sexo quente...

Deixei dinheiro para pagar o motel e um táxi de volta pra ela. A deixei dormindo na cama redonda e saí. Na porta de casa, meu celular tocou.
Lyn... sussurrado no meu ouvido.
Que foi, Ron?
Preciso de você, agora.No mesmo lugar de sempre.Traz o chicote.

Nem era preciso dizer,
pensei.Sinto nojo dele. Dele e de toda a mentira que carrega.Mas vou lá, faço tudo, o deixo chamando baixo o nome de algum garoto, provavelmente um namorado de adolescência. Vou saindo e o celular dele toca. Era a esposa, sozinha em casa com as filhas.

Melissa me entenderia, repito pra mim antes de subir na moto.



Valerie


As unhas fincadas no meu ombro, eu meio que de costas para ela, de um jeito que ainda não tínhamos feito sexo. Não via seu rosto, mas podia imaginá-lo com perfeição: os olhos quase fechados, a boca aberta em êxtase e o singular cenho franzido. Ela se contorcia ao ritmo dos meus dedos treinados para dar prazer e pediu para que eu nem pensasse em usar a boca também. Pra ter o prazer de contrariá-la, ignorei seu pedido e aliei aos dedos a língua quente.
Ela desceu a mão pela minha costa, me arranhando vigorosamente, minha boca tremeu de luxúria em meio a tensão dela e eu senti que o ápice estava chegando.

Daí, parei tudo.

Segurei firme as mãos dela, para que não terminasse sozinha, enquanto observava seu corpo se contraindo pelo prazer à meio caminho. Olhei pra ela por cima do ombro e sorri realizada com o que vi.Louca de tesão, ela suspirava e se contorcia, ansiando pelo orgasmo.

Implora por mim, disse.
Porra nenhuma! , ela respondeu entre gemidos.
Orgulhosa toda, ela não alimentou meu ego. Mas voltei, mesmo assim, para seu sexo. Mais uma vez, quando o prazer estava entorpecidamente próximo, eu parei tudo e segurei as mãos dela.
Valerie...Não faz isso...
Ganhei o dia com o pedido mais sussurrado do que falado. Olhei pra ela por cima do ombro de novo pra então dar fim à deliciosa tortura.



Ela me abraçou carinhosamente e fechou os olhos. Eu acariciei seus cabelos e ela sorriu, encolhendo os ombros. Orgulhosa,disse eu. Como uma leonina, foi a resposta.

Leisha



Tem um dragão tatuado nas costas. E que costas, meu Deus! Daqui, é só isso que eu vejo. Ou melhor: é só isso que ela me permite ver. Ah, que doce tortura essa criatura me proporciona!Leisha...me ouço suplicando.

Ela vira com um sorriso de menina atrevida.A boca vermelha abraça agora o cigarro de cravo... o quarto inteiro cheira a Djarum Black e ela se aproxima. Ouço a batida ritimada do salto da bota no chão e num torpor, fecho os olhos à espera.

Sinto o cheiro do Black tão próximo de mim que quase posso sentir lábios dela tocando nos meus. Entreabro a boca, chego pra frente um pouco e sinto que ela recua, numa penitência por eu ter agido, numa punição à minha vontade de tê-la. Abro os olhos e mexo as mãos algemadas numa espécie de sinal dizendo que eu estava à par das regras.Ela sorri e sai do meu campo de visão.

Um arrepio me contorce quando sinto as mãos áviadas e experientes puxando meu cabelo e revelando minha nuca. A boca vermelha do batom beija-me e a minha boca vermelha da libido treme. Leisha...

O líquido quente já escorre pelas minhas coxas e ela caça meu prazer com a mão direita, enquanto a esquerda segura meus cabelos. Eu abro as pernas já não me contendo e no mesmo instante, ela recua a mão. Outra punição por eu ter pedido por ela.Quieta...ela sussurra no meu ouvido e aquela voz rouca explode em meu sexo como mil línguas ardentes de paixão. Meu corpo vibra por dentro, exige que ela adentre em mim e isso me é negado prazeirosamente.

Agora a língua percorre a curva tensa da minha costa, vem pra cintura, alcança meu quadril e zomba da minha excitação não tocando meu sexo. Pressiono os pulsos contra as algemas, quase chegando a machucar, pra não erguer o quadril e encontrar a língua que me fugia, ou seria punida mais uma vez. Tortura, arrepio, êxtase, Leisha...


(...)



Deitada na cama recuperando o fôlego, pendo a cabeça pro lado e olho para ela. Já está com a lingerie preta de novo, fuma uma Black de menta, pernas cruzadas e olhar fixo em mim,absorvendo os últimos espasmos que meu corpo projeta. Abro a boca pra sussurrar seu nome. Ela levanta, põe o sobretudo e sai.


Scheila


Os cabelos pretos e encaracolados caíam em cascata por sua costa esguia e muito branca. A cintura demarcada anunciava o quadril sexualmente proporcional as resto do corpo. Eu a fotografava querendo tranpsrecer displicência, enquanto dentro do meu jeans a ereção me doída. Pedi que ela virasse de frente para mim.

Os seios redondos e perfeitamente firmes, a barriga lisa convidativa e o sexo demarcado na calcinha preta. Umedeci os lábios e fui até ela ajeitar a posição das mãos. Quando a toquei, percebi que seu corpo se contraiu.

Ela evitou olhar-me nos olhos e num relance, vi que ela tinha se detido no acentuado volume da minha calça. Desconcertado, tratei te tirar essa parte do campo de visão dela, indo mexer no painel que estava atrás do sofá no qual ela deveria se deitar para a sessão final.
Voltei ao meu posto e tirei mais algumas fotos, rodeado de pensamentos que envolviam sofá, cabelos negros, bocas, eu, ela. Enfim, pedi para que ela se deitasse.

O estofado vermelho vivo contrastava com a pele muito branca dela. De bruços, seu corpo desenhava curvas perfeitas: ombros,costas,bunda,coxas, panturrilhas. Uma estrada de luxúria e perdição. Os olhos dela agora estavam inevitavelmente no mesmo nível do meu sexo rígido.
Ela não piscava e eu fingia não ver que ela me encarava. Encaixei o quadril pra frente discretamente e ela prendeu a respiração. Cheguei mais perto, com a desculpa de mudar o ângulo das fotos e fiquei exatamente na frente dela.

Com a câmera a postos, senti quando ela tocou meu pênis.

Não parei de fotografar e ela entendeu o sinal verde. Pressionou a mão contra o meu membro ereto e eu deixei escapar um suspiro. Ela abriu minha calça e a desceu até os joelhos. Eu fotografava.
Ouvia sua respiração rápida e senti a língua quente roçar minha barriga.Eu explodia dentro da cueca branca, mas contiuava a fotografar. Ela tirou a última barreira existente e deu asas a todo meu tesão.


(...)

A câmera ficou no automático, em cima da mesinha. Sofá, cabelos negros, bocas, eu,ela, gemidos e o clic da máquina.

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