Lia


Aquela menina me instigava. Algo na sua pequenez, algo no seu jeito despojado de andar e se vestir, algo na sua inquestionável competência no que fazia, algo nos seus cachos negros e curtos. Não sei. Mas também, pouco importa o algo, o fato é que ela me instigava, a ponto de roubar meus sentidos quando nas horas mais inoportunas.
Logo eu, tão de saco cheio das mulheres. Queria distância, paz de espírito, sanidade... me enfiei no trabalho e pus minha cabeça para funcionar só em função das coisas necessárias para desempenhar minha função.
Até aquela pequena cruzar meu caminho na repartição, andando a passos rápidos enquanto comia um salgado. Nos cumprimentamos brevemente e desde então a criatura povoa meus mais obscuros e eróticos pensamentos.
De onde trabalho, a vejo passando todos os dias, com seus passos rápidos e braços jogados. E eu sei, eu sei que ela sabe que a observo, olhos furtivos de raposa à espreita...
Até que me atrasei na saída do trabalho e quando ia saindo do estacionamento, a vi caminhar para a parada de ônibus. Parei o carro ao seu lado, baixei o vidro e ofereci uma carona, fazendo esforço (inútil) para que meu tom não traduzisse o que a mente ávida já pensava. Ela me olhou com um misto de apreensão e vontade, sorriu bem de leve e entrou no carro.
Conversamos sobre coisas diversas, até chegarmos a um ponto da cidade no qual o trânsito estava completamente parado. Passados alguns minutos, nos quais andamos uns poucos metros, perguntei se ela tinha algum compromisso naquele momento, se não queria fazer um desvio e ir a um bar que tinha ali perto, enquanto aguardávamos o trânsito melhorar. Pra minha agradável surpresa, ela aceitou baixando o rosto e sorrindo.
No bar, embaladas pelo doce lubrificante social chamado álcool, encostei minha perna na dela sob a mesa, movimento que ela não demonstrou resistência nenhuma. A conversa foi ficando mais íntima, e e volta e meia colocava e tirava minha mão na coxa dela, até o momento em que deixei a mão. À essa altura, ela me fitou um olhar penetrante e cheio de desejo, o qual respondi apertando sua coxa. Ela chegou perto do meu ouvido, respiração ofegante, mas não disse nada. Se afastou desconcertada e sugeriu que fôssemos embora.
O trânsito fluía livremente, mas ela agora mantinha-se retraída e hesitante, mas acatou sem delongas minha oferta para deixá-la em casa, uma vez que o avançado da hora poderia tornar o percurso de ônibus imprudente e perigoso.
Na porta da casa dela, decidida, pus a mão em sua coxa e a olhei fixamente nos olhos. Esperei. Ela respirava em golpes curtos e rápidos, boca entreaberta, pupilas dilatadas. Desejo. Pus a outra mão por entre seus cabelos cacheados, na altura da nuca e a puxei, de leve. Foi preciso só o toque inicial das nossas bocas para que a calmaria disso tudo se desfizesse, e ela me buscasse ávida. Língua quente, explorando minha boca, mãos trêmulas que percorriam meu rosto e puxavam meus cabelos, me levando para mais perto dela. Pegou minha mão e desceu pelo próprio corpo, passando pelos seios de mamilos enrijecidos e pelos quadris e pelve aprisionados em um jeans apertado.

- Entra comigo. Agora.
Não foi preciso pedir duas vezes, em instantes adentrávamos sua sala e mal tínhamos trancado a porta às nossas costas, nossos corpos já se uniam novamente em um beijo cheio de desejo e ardor. A excitação me doía o sexo, de tão sensível e inchado que estava meu clitóris, a empurrei no sofá e tirei sua blusa e seu sutiã, vislumbrando extasiada seus lindos seios. Mordisquei seus mamilos rígidos, a fazendo arquear os quadris em movimentos rítmicos de quem queria mais do que aquilo. Desabotoei sua calça com a boca e a abaixei de leve, o suficiente para ver o limite entre a pelve.

Beijei longamente essa parte do seu corpo, baixando sua calcinha com a língua, enquanto ela agarrava meu cabelo e empurrava meu rosto contra seu sexo quente, completamente encharcado, cheio de libido para ser tomada gota a gota. Tirei a calcinha e mergulhei naquele lago de prazer, metendo minha língua em estocadas firmes e profundas, enquanto agarrava suas pernas para não deixar que ela escapasse de mim. Ainda com a boca em seu sexo, envolvi seus grandes lábios como em um beijo, e penetrei-lhe lenta e profundamente com dois dedos, sentindo cada espasmo seu.

Ela me puxou pela camisa, me ergui e nos beijamos, enquanto ela tentava me despir; a ajudei e encostei meus seios no dela, sentindo o arrepio de prazer que perpassou nossos corpos. Ela sentou no meu colo, de forma que nossos sexos se encaixaram perfeitamente, e rebolamos uma na outra por infinitos minutos, encharcando-nos com nosso prazer, ficando as duas no limite do orgasmo. Assim, de frente uma pra outra, ajeitei minha mão e a penetrei rapidamente, beijando seus seios e metendo enquanto ela rebolava em cima de mim.

O orgasmo potente e avassalador se apoderou dela, e ela tombou pra frente, me abraçando.

Sim, algo naquela menina me instigava.

 
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