* Para ser lido ao som de Nua - Amanda Chaves
~ A boca quente discretamente encostada na minha, semiaberta, sem me beijar. Apenas ali, respiração na respiração, lábio no lábio. Mais leve que uma pluma, mais denso e quente que lava de vulcão. Afastei o rosto e fitei teus olhos: lindos, absurdamente envolventes e daquela cor indescritível... alaranjados, profundos. Um mar em âmbar. Senti num extremo a garganta secando e no outro a minha lubrificação ensopando minha calcinha. ~
Cheguei ao despretensioso restaurante meio irritada. Havia me perdido uma ou duas vezes pelo caminho, o dia estava mais frio do que estava esperando, a lombar estava dando umas pontadas chatas de dor. Sentei em um mesa na parte externa e enquanto tentava botar a cabeça no lugar, entreouvi a banda que tocava do lado de dentro. Resolvi entrar e logo que passei pela porta a avistei: alta, boca levemente marcada de batom, cabelos de cachos ondulados e abertos, olhos fechados enquanto cantava. E que voz! Distraída por essa cena, acabei por errar o passo e esbarrei em uma mesa, fazendo barulho que a fez abrir os olhos em minha direção. Senti o ar faltar por alguns milésimos de segundos enquanto era fitada por aqueles olhos fortes, tão fortes e envolventes quanto a voz.
~ Envolvi tua boca quente num beijo lento, mordendo de leve o lábio inferior, enquanto sentia tua pele arrepiando sob o toque dos meus dedos. Deitadas de lado, de frente uma pra outra, pus minha mão na tua nuca e apertei, movimento que te fez respirar fundo e entrelaçar tuas pernas nas minhas, colando mais ainda nossos corpos, já despidos da cintura pra cima. O teu era brasa viva. Sorri, boca na tua boca e comentei do teu calor.
“Eu sou quente, menina. Leonina”, me disseste num sussurro rouco que elevou o meu tesão a um nível que me deixou tonta, sexo pulsante, líquido já jorrando nas minhas pernas. Puxei teu cabelo e abri caminho para beijar com ardor teu pescoço, embebecida pelo teu cheiro mágico. ~
A presença dela parecia preencher o ambiente. Era algo quase tangível, quente, expansivo, uma aura de energia vigorosa, marcante e envolvente. Depois do show, após várias conversas aleatórias, acabamos sentadas na mesma mesa, com amigos em comum. Ali, pude perceber que o cheiro agradável que havia sentido desde o momento que entrei no restaurante era dela, todo dela - emanava por entre os cabelos, nuca, pescoço e vinha fazer morada no meu juízo.
- Patchouli, ela disse sorrindo.
- Patchouli, eu repeti meio embriagada com aquela presença.
~ Desci a outra mão por teu corpo quente, apertando tua cintura e te fazendo vibrar. Alcancei a lateral da tua calcinha e passei o dedo de leve fazendo menção de retirá-la. Tínhamos fome uma da outra, mas não tínhamos pressa. Meti a mão por dentro da tua calcinha e antes de efetivamente te tocar, senti que lá você estava bem mais quente do que o resto do corpo, que já era brasa. Tua umidade havia encharcado a calcinha, escorrido por toda a extensão do teu sexo, até a bunda. Afastei o rosto do teu para olhar nos teus olhos, que me deram a confirmação do teu desejo, então abarquei tua buceta inteira com a mão, sentido toda tua área externa, enquanto te vi morder o lábio e revirar discretamente os olhos, pedindo mais. ~
Muitos vinhos depois, acabamos parando em um outro local. O sol há muito havia ido embora e agora era o brilho da lua que emoldurava aquela mulher, a deixando ainda mais bela e envolvente. Conversamos sobre inúmeras coisas, risadas correndo soltas, volta e meia um toque aqui e acolá, até o momento que repousei a mão na coxa dela. Ela me olhou e antes que eu pudesse pensar qualquer outra coisa, num movimento rápido me puxou para dentro de um beijo molhado, morno, lento e forte. Um beijo que não precisou de tempo para encaixe, funcionou desde o primeiro roçar dos lábios como se estivéssemos nos reencontrando após longa jornada.
~ Ainda comigo te envolvendo inteira, fazendo uma leve pressão na tua buceta pulsante, tu deste um jeito de tirar a calcinha, deitou o corpo de frente e separou as pernas, abrindo teus caminhos. Teu clitóris extremamente sensível, lindo, excitado, enorme e rígido, pulsava diante de mim, completamente brilhante, melado de tua lubrificação. O envolvi levemente com os dedos, enquanto te sentia escorrer cada vez mais. Cachoeira, que fez meus dedos escorregarem lentamente pra dentro de ti. Lento, tu me pediste, lento te possuí. Meti-lhe o dedo fundo, de modo a explorar toda a tua amplitude. Menina, tu pegavas fogo... e enquanto rebolava devagar no meu dedo sentia tua buceta pulsante me abraçando.
Parei de meter e me joguei entre tuas pernas, rosto mergulhado no teu mar. Teu cheiro me embebedou os sentidos por alguns segundo e passei o lábio por tua buceta, movimento que te fez tremer e arquear as costas. Envolvi teu clitóris entre meus lábios, sugando levemente, enquanto passeava por ele com minha língua. Não tinha absolutamente pressa nenhuma em te ter, e nesse ritmo intenso porém lento, te chupei por longos minutos, alternando entre pequenas estocadas com minha língua, mordidas, sucção...
- Me penetra...
Boca na tua buceta, sorri satisfeita com teu pedido rouco e sem parar de te chupar, voltei a meter, posicionando meus dedos de forma a fazer pressão contra teu osso púbico, te fazendo gemer e se ensopar ainda mais, molhando a cama num gozo muito forte, que te deixou mole e de boca seca. ~
Ela sorriu ainda me beijando, pôs a mão na minha nuca e afastou um pouco o rosto, me olhando com aqueles olhos. Parecia que havíamos aberto um parênteses no tempo e entrado numa frequência só nossa, mágica, intensa, cheia de sentidos, cheiros e sabores. Percebi, atordoada, que eu havia me molhado apenas com essa troca. Ela levantou e disse que ia para casa. Eu fui atrás.
~ Os beijos reiniciaram com a mesma intensidade alguns minutos depois do gozo, apenas o tempo suficiente para recobrar o sentido das pernas. Te puxei pela cintura e te coloquei sentada na minha frente, te envolvendo com um dos braços, enquanto busquei tua buceta com a outra mão. Meti fundo, firme, forte e segui nesse ritmo até te sentir enlouquecida.
- Senta na minha cara, vem. Quero te ver rebolando em mim
Tu sorriste, mordeste os lábios e apertaste os olhos, talvez antevendo o prazer que estaria por vir. Deitei, tu em cima de mim, te segurei pelos quadris e te chupei, te bebendo inteira enquanto passeava com os dedos por você inteira, sem meter, apenas pressionando. Subi a mão pelas tuas costas e desci arranhando, até as tuas coxas, no que tu aumentou a intensidade do teu ritmo. De minha posição, a visão dos teus seios belos, fartos, embalados pelo movimento do teu quadril. Gozo próximo, te deitei e montei em cima de ti, de modo que pudesse ver teus olhos enquanto metia. Segurei tua nuca, meti fundo e apoiei o dedo atrás. Te olhei e você, num movimento de cabeça, me deu permissão para te possuir por completo, te penetrando duplamente. Buscaste meu clitóris com a mão e eu me esfreguei nos teus dedos. Te olhando firme, disse
-Vem pra mim, vem
O gozo veio junto, uma trovoada. Labareda, explosão de vulcão. ~
Ah, leonina dos olhos de fogo... na minha boca, teu rio virou mar.